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Próxima parada: Porão do Rock

Atualizado: 17 de nov. de 2021

Não dá pra falar sobre o Rock na capital sem falar em um dos maiores festivais do país. O autor Pedro de Luna reflete sobre a importância e história do Porão do Rock


O subsolo na 207 Norte que abrigou ensaio de bandas do Quadradinho deu nome a um dos mais importantes festivais de rock do país. Em 8 de agosto de 1998, na Concha Acústica, acontecia a primeira das diversas edições do Porão do Rock.


No início, organizado pelo produtor Gustavo Sá, o evento reunia as bandas que ensaiavam no espaço da Asa Norte. Passaram pelo palco nomes como: Pitty, Raimundos, Plebe Rude, Legião Urbana e muitos outros. O Porão cresceu e virou marca. Fundou programa de rádio, revistas de bolso, estampou latas de cerveja e cartão telefônico.


Quando o assunto é o Porão, o jornalista Pedro de Luna é especialista. Em 1998, a redação do jornal International Magazine onde trabalhava, no Rio de Janeiro, recebeu um fax. Como Pedro sempre cobria a cena musical independente, foi avisado: “vai ter um festival aí, Porão do Rock”.


A evolução foi rápida: "Eu lembro que fui em 1998, voltei em 2000, 2001. Eu falava - caramba Gustavo, como o seu festivalzinho da Concha Acústica cresceu, cara, tem dois palcos, um monte de patrocinador - e merchandising.”, relembra.





Pedro é autor de Histórias do Porão, lançado em 2018, quando o festival completava 20 anos. Nas primeiras páginas, a matéria do Jornal de Brasília sobre a performance lendária no show dos Wallaces na capital, quando duas stripers invadiram o palco.



O livro reúne fotos, documentos, testemunhos de ídolos do rock e daqueles que, nos bastidores, faziam o evento acontecer. Grandes momentos são revividos.


Mas nem só de boas memórias vive o Porão. A última apresentação do guitarrista Netinho, da banda Detonautas, foi no palco do festival. Um dia após a participação na edição de 2016, na volta para o Rio de Janeiro, Rodrigo Netto foi assassinado a tiros ao reagir a um assalto.


“Poxa, em um dia você tá no hotel tomando café com as bandas. Você vê o cara no palco à noite e no outro dia você sabe que ele levou uns tiros e morreu. Então esse Porão em especial foi muito marcante para mim”, conta Pedro de Luna.


Essas e outras lembranças somam NÚMERO páginas no livro. “Se tudo der certo, quando fizer 25 anos a gente faz uma atualização. A gente faz um 2.0”.



O biógrafo do rock


Como um bom contador de histórias, Pedro de Luna gosta de memórias. Talvez por influência da criação em uma família de professores, que segundo ele são todos “guardadores de tralhas”.


E foi com esse acervo que o jornalista começou a escrever “Histórias do Porão”, publicado pela própria editora (Ilustre) em 2018. Mas este não é o único material quando o assunto é o mundo do rock.


Pedro também escreveu biografias como: “Eu sou assim Eu sou Speed”, sobre? e “Planet Hemp: mantenha o respeito”, sobre ? além de outros livros.





Para ele, o rock de Brasília tem um diferencial: “ ...acho que tem uma coisa no Distrito Federal que é a questão das cidades satélites que é muito diferente. Eu moro em São Paulo hoje né, e eu não vejo São Paulo dialogando tanto com Osasco, Guarulhos, com as cidades que estão do lado de São Paulo tanto como Brasília dialoga com os satélites.”





“Eu não vejo Brasília tendo um monopólio, acho que é uma cidade que tem muito ecletismo. Por ser uma cidade que parece uma Babel, acaba que tem essa mistura. Os Raimundos são isso né.”.


Ele confessa que as coisas mudaram e acredita que o famoso rock de Brasília perdeu representatividade: “Não estou dizendo que alguém roubou esse espaço não, mas que essa história do O Rock de Brasília já foi mais pujante.”.


De qualquer forma, Brasília continua em pauta nas biografias organizadas por ele. O jornalista revela que o próximo livro terá Fred, o primeiro baterista da banda Raimundos, como personagem principal.


Como especialista, deixa claro a opinião sobre a Rota do Rock: “Essa Rota do Rock tem que ter o Minas Tênis Clube, porque não são só coisas bonitinhas que tem que ter, foi lá que o Planet (Hemp) foi preso. É a única banda no Brasil presa e foi em Brasília em 1997.”, conclui.








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